O Transistor é um componente eletrônico muito importante. Seu surgimento permitiu a fabricação de circuitos eletrônicos cada vez mais baratos, de tamanho cada vez menor e com menor consumo de energia. E, ainda assim, cada vez mais complexos e sofisticados. A sua utilização em larga escala foi um dos fatores determinantes para a Revolução Eletrônica ocorrida pouco depois da Segunda Guerra Mundial.
Seu nome vem do inglês transfer resistor (resistor de transferência), como era chamado pelos seus inventores.
O primeiro transistor a ser utilizado em escala de produção foi o transistor bipolar e é, ainda hoje, o mais comum deles. De forma bastante simples, um transistor bipolar tem por objetivo controlar a quantidade de corrente elétrica que circula entre dois de seus terminais, através da corrente de controle inserida em um terceiro terminal. Com isto, podem ser realizadas diversas aplicações, tais como amplificadores, acionamento de cargas, etc.
Na manutenção de placas eletrônicas, é fundamental testar estes componentes, uma vez que são largamente utilizados e apresentam uma grande incidência de defeitos. Uma maneira bastante conhecida de se testar transistores é com o auxílio de um multímetro.
Existem dois tipos de transistores bipolares, de acordo com a configuração de seus terminais: o NPN e o PNP. Apenas para efeito de entendimento, podemos considerar que o transistor bipolar é equivalente a 02 diodos ligados como mostrado nas figuras a seguir:
Dessa forma, fica fácil de visualizar que é possível testar o transistor bipolar da mesma forma que testamos um diodo convencional. Basta verificar se as suas junções conduzem quando polarizadas diretamente, e não conduzem quando polarizadas indiretamente.
Relembre: Como testar um Diodo na placa?
Teste de transistor bipolar NPN
Com o multímetro digital ajustado na escala de teste de diodos, verifique todas as junções do transistor, direta e indiretamente. Como neste tipo transistor a base é do tipo P, este é o único terminal que irá conduzir para os outros dois terminais, quando estiver com a ponta de prova vermelha conectada a ele. Importante observar que, quando testamos os terminais coletor e emissor, o transistor não conduz em nenhum dos dois sentidos, direto ou indireto.


Teste de transistor bipolar PNP
O conceito é o mesmo, só que com as junções invertidas. A base é do tipo N, portanto irá conduzir para os outros dois terminais quando estiver com a ponta de prova preta conectada a ela. Também não ocorre condução entre os terminais coletor e emissor em nenhum dos dois sentidos, direto ou indireto.
Os valores de tensão obtidos no teste podem variar entre 0,5V e 0,7V. Para transistores do tipo Darlington, o valor da tensão entre base e emissor será de aproximadamente 1,4V.
Além de testar o componente, este procedimento também nos permite identificar qual o tipo de transistor bipolar, NPN ou PNP, além de identificar qual de seus terminais é a base. Em muitos casos, também é possível diferenciar qual terminal é o emissor: na maioria dos transistores, a junção base-emissor apresenta um valor medido um pouco maior que o medido na junção base-coletor.
Como já mencionado, o teste de transistores é de fundamental importância para o reparo de placas eletrônicas, por ser um componente muito utilizado nos circuitos e por apresentar grande incidência de defeitos. Porém, para o teste com o multímetro ser feito de maneira adequada, é preciso retirar o componente do circuito. Isto é bastante trabalhoso e sempre se corre o risco de danificar a placa, inserindo curtos, rompendo trilhas, etc.
Portanto, testar de forma confiável transistores sem precisar remover o componente da placa traz um ganho considerável. Conheça o Localizador de Defeitos, ferramenta que permite testar placas eletrônicas sem retirar os componentes da placa.